Percursor da bossa nova, João Gilberto morre e deixa herança à música
No dia 6 de julho morreu o cantor e compositor João Gilberto, no Rio de Janeiro, aos 88 anos. O músico já enfrentava problemas de saúde há tempos e deixa além de um legado para a música brasileira, três filhos: João Marcelo, Bebel e Luisa. Nascido na Bahia, o artista foi um dos criadores da bossa nova e lançou a icónica trilogia de álbuns “Chega de saudade” (1959), “O amor, o sorriso e a flor” (1960) e “João Gilberto” (1961), que apresentaram o novo ritmo ao mundo todo. Posteriormente, entre 1976 e 1977, João Gilberto lançou outro memorável álbum “Amoroso”, gravado nos Estados Unidos com criações próprias.
Aos 16 anos, o baiano decide abandonar os estudos para concentrar-se no universo da música. Alguns anos mais tarde, parte para o Rio de Janeiro e integra o grupo Garotos da Lua durante dois anos. Depois acaba seguindo carreira solo, porém não alcança sucesso. É aí que João Gilberto percebe que cantar mais baixo e manter a batida seria o ideal para sua voz, e cria um novo estilo musical. Encanta renomados artistas, como Tom Jobim, que enxerga potencial modernização do samba e apresenta a João a sua composição em parceria com Vinicius de Moraes “Chega de saudade”.
Com a intenção de popularizar a bossa nova no exterior, em 1962 o governo brasileiro patrocina um show no Carnegie Hall, em Nova York, que teve como destaque João Gilberto. Em seguida, o pai do ritmo grava o disco “Getz/Gilberto” com o saxofonista de jazz americano Stan Getz, que foi um dos mais vendidos de 1964, com 2 milhões de cópias, venceu quatro prêmios Grammy, e rendeu turnê pela Europa, Estados Unidos e México.
Escute aqui as músicas de João Gilberto: